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A máscara

Depois de emudecer durante a interpretação de Electra, a atriz Elisabeth Vogler isola-se completamente do mundo, e tem como única companhia a enfermeira Alma. Entre as duas mulheres irá estabelecer-se uma estranha relação de identidade e dependência mútua.


 


Nenhuma outra arte – nem a pintura nem a poesia – conseguem comunicar a qualidade específica dos sonhos tão bem quanto o cinema. Quando as luzes se apagam numa sala de cinema e aquele ponto de luz branca se abre para nós, o nosso olhar pára, instala-se e torna-se bastante estável. Sentamo-nos apenas ali, deixando que as imagens fluam sobre nós. A nossa vontade cessa. Perdemos a capacidade de resolver as coisas e de colocá-las nos seus devidos lugares. Somos arrastados para uma sequência de eventos – somos participantes de um sonho. E criar sonhos… aí está um trabalho sumarento.

— Ingmar Bergman