Mucha Muchacha - Para quatro jinetes

Para Cuatro Jinetes é uma obra que fala sobre o corpo capaz de conter os tempos... um corpo que é cavaleiro e cavalo ao mesmo tempo, cavalgando as ficções do passado, presente e futuro, numa tentativa humilde de compreender melhor quem somos e o que estamos a fazer.
«Alguém nos recordará, afirmo, mesmo noutra época.» – SAFO
Será possível falar para além dos tempos? Seremos capazes, neste momento, simplesmente de escutar? Pode imaginar-se a dança do futuro? Val del Omar dizia que é preciso entrar na noite para se iluminar com fogo. O folclore é a noite deste projeto: um lugar imenso, misterioso e muitas vezes confuso, ampliado por lendas, ritos, festas e danças que fomos criando à sua volta ao longo da história.
Nunca saberemos completamente como se dançava. E talvez isso tenha deixado de nos importar. Será possível que há dois séculos se cantasse a foguetes que ainda não tinham sido inventados? Aguenta o corpo uma tatuagem com mais de três mil anos? Esta noite, pelo menos, sim.
E, quem sabe, se Safo tinha razão talvez isto venha também a ser folclore para alguém quando já não estivermos aqui. Deixem-nos acreditar que sim. De qualquer modo, nunca o saberemos; vocês também não.
Por isso mesmo, dancemos neste campo de baile até ao amanhecer. Existamos ferozmente ou, pelo menos, de forma terna, humilde e desesperada.
Ana Botía, Marta Mármol, Belén Martí Lluch e Marina de Remedios são Mucha Muchacha. Enquanto coletivo de dança fundado em 2018, sentem o desejo e a necessidade de trabalhar a partir da contemporaneidade, em articulação com o contexto actual das artes performativas, dialogando e incorporando outras formas de linguagem que potenciem o contacto e a proximidade com o espectador, sempre com um forte compromisso com a inovação cénica.
Criaram, entre outras peças, Volumen 1 (2019) e as obras Mucha Muchacha (2021) e Para cuatro jinetes (2023).
Com o objectivo de alargar os horizontes da cena e do colectivo, Mucha Muchacha tem colaborado, desde o início, com artistas de outras disciplinas, gerando performances como Les Tournesols, ou através do seu trabalho coreográfi co na obra Renacimiento (La Tristura, 2020).
Durante este percurso, criaram também contextos de criação e investigação como o seu Taller-Fiesta ou Seré folklore o no seré (La Cabrera, 2024).
Programação integrada no Festival Linha de Fuga - Festival e Laboratório Internacional de Artes Performativas. De 6 a 29 de Novembro de 2025, Linha de Fuga apresenta uma programação de espetáculos, performances, conversas e workshops que propõe explorar a "Performatividade da Amizade” como forma de resistência e construção de coletivo. Programação total disponível em www.linhadefuga.pt
Ficha Artística/Técnica
Em cena: Ana Botia, Marta Mármol, Belén Martí Lluch, Marina de Remedios e Los Voluble
Fora de cena: Celso Giménez
Audiovisuais e espaço sonoro: Los Voluble
Desenho de luz: Carlos Marquerie
Desenho de som: Adolfo García
Direção de figurinos: Carlos Carvento
Desenho de som: Rafa Garhes
Ligação ao folclore: Kike Arias
Pandeiro: Ángela Calvo e Arian Yahyaee
Canto de trabalho: María Rodés
Canto redobrado: Francesca Joan
Coordenação técnica: Cristina Bolívar
Fotografia: Selena Martí e Mario Zamora
Registo audiovisual: Alván Prado, Adolfo García, Carlos Carvento, Kike Arias
Coprodução do Teatre Principal de Palma e Mucha Muchacha com a colaboração do Réplika Teatro, Centro Coreográfico Canal, Goethe-Institut e com os apoios à criação do Ayuntamiento de Madrid