Conversas Abertas
A assistência social portuguesa do século XVI a meados do XIX não se alterou na sua estrutura, a qual assentava em três pilares: hospitais, misericórdias e rodas de expostos. A partir de meados de Oitocentos, surgiram outras instituições, aumentaram as obrigações assistenciais das câmaras municipais e as rodas dos expostos foram progressivamente encerradas. Coimbra reproduzia esse quadro, com a particularidade de os seus hospitais não terem sido absorvidos pela Misericórdia. Falar-se-á, portanto, das instituições assistenciais coimbrãs e das crianças e adultos por elas socorridas entre 1700 e 1910.
Maria Antónia Lopes
Doutora em História Moderna e Contem porânea pela Universidade de Coimbra, é Professora Associada com Agregação da Faculdade de Letras dessa Universidade, onde dirige o Doutoramento em História e a Revista Portuguesa de História. A sua área de investigação é a História Social e Cultural de Portugal do século XVI às primeiras décadas do XX, centrando-se sobretudo nos séculos XVIII e XIX e explorando fontes literárias, legislativas, administrativas e de índole privada para trabalhar mulheres, pobres, políticas sociais, obras doutrinais sobre caridade, misericórdias, hospitais e outras instituições de assistência e de saúde, biografias régias e aspetos de vida familiar.
Em Portugal, é pioneira na História das Mulheres na Época Moderna (livro de 1989) e é uma das historiadoras que tem vindo a renovar a história da assistência social portuguesa no Antigo Regime e no século XIX.
Foi investigadora em 22 projetos nacionais e internacionais, autora e/ou coordenadora de 17 livros e de várias dezenas de artigos e capítulos publicados em Portugal e no estrangeiro. É membro permanente de Conselhos Científicos de revistas e coleções de livros em Portugal e no estrangeiro. Foi ou é orientadora de 73 dissertações de mestrado e teses de doutoramento. Participou em mais de uma centena de júris académicos (portugueses e estrangeiros) e de contratação de investigadores e professores universitários. Parte da sua produção pode ser lida em: Maria Antónia Lopes | Universidade de Coimbra - Academia.edu