SOMA — Abril Dança Coimbra

Sessões de trabalho através da experimentação de conceitos, técnicas e exercícios para acompanhar e refinar a perceção, para compreender as relações entre as sensações físicas e as linguagens que utilizamos, entre o corpo, a sua materialidade e os processos que mediam na consciência que temos dele.

Como é que utilizamos as imagens para pensar de forma consciente e produtiva? Como é que utilizamos as nossas ferramentas de visualização, de escuta ativa, a imaginação para nos ligarmos ao real? Que tipo de movimentos estão por detrás da utilização das imagens? Como é que se constroem dinâmicas físicas, que moldam o ser, o carácter e, com o tempo, o próprio corpo? As imagens parecem ser hoje um extremo radical, praticamente não participamos nelas mas elas inundam-nos. Quantos de nós estão conscientes desta situação e tentam abster-se os seus efeitos e trazê-las para o nosso próprio domínio? Interessa articular de forma crítica e efetiva este fluxo de imagens e a sua relação com o corpo e o contexto. Num regime teórico-prático, trabalharemos sobre o rigor das texturas do movimento, apurando a perceção cinestésica para encontrar arranjos alternativos para a experiência sensorial.

Javier Martín, coreógrafo a residir na Galiza, desenvolve um projeto de pesquisa, epistemológica e crítica, em torno das artes do movimento. Artista residente do Teatro Galán de Compostela em 2005, criou já mais de 30 peças, entre as quais 14 espetáculos de palco e mais de 20 peças curtas, colaborações especiais, projetos site-specific ou performances para espaços não convencionais. Martín apresentou o seu trabalho em países como Espanha, Portugal, França, Rússia, Ucrânia, México, Uruguai e Guatemala.