O Ancoradouro do Tempo

Em Moçambique, Izidine, um jovem inspetor da polícia, é chamado a investigar um crime ocorrido numa antiga fortaleza colonial, que é atualmente um lar. O seu diretor, Vasto Excelêncio, foi morto. Marta, enfermeira, insiste que a investigação seja sobre o verdadeiro crime em questão: o que o lar representa. Izidine confronta-se com um facto insólito, já que todos os idosos confessam ser os autores do crime. Todos têm motivo, pois era frequente sofrerem maus-tratos por parte de Excelêncio. Uma intriga policial onde todos os personagens se consideram culpados, contrariando a habitual declarada inocência na literatura policial ocidental.

Sol de Carvalho (Moçambique, 1953), em 1973, entrou no Conservatório Nacional, em Lisboa, para estudar cinema, onde completou o primeiro ano antes de regressar a Moçambique, em 1974. Aí, participou na organização de festivais de cinema e fez crítica de cinema. Entre 1980 e 1984, foi diretor do Kuxakanema, um jornal semanal realizado em película, totalmente feito em Moçambique. A partir de 1986, dedica-se inteiramente ao cinema, desenvolvendo projetos como argumentista, realizador e produtor. Foi um dos membros fundadores da Ébano Multimédia, uma das mais prestigiadas produtoras moçambicanas. Em 1993, fundou a Promarte, de que é sócio-fundador até hoje. Realizou filmes como A Herança da Viúva (2000) e O Jardim do Outro Homem (2006). Em 2018, Mabata Bata, baseado no conto do seu conterrâneo Mia Couto, O Dia Em Que Explodiu Mabata Bata, teve passagens pelo Festival de Cinema IndieLisboa e pelo Festival de Roterdão. O seu filme mais recente é O Ancoradouro do Tempo, realizado em 2023, e é novamente baseado numa obra de Mia Couto, A Varanda do Frangipani.