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[NARRAÇÃO ORAL | OFICINA] Contar Histórias no século XXI | PAULA CARBALLEIRA

26 Out15:00
-
28 Out21:45
Biblioteca Municipal de Coimbra
Cursos e Workshops
Teatro

1. A NARRAÇÃO ORAL NO SÉCULO XXI

Privilegiamos a narrativa visual (ou melhor, a transmissão de imagens). Tomamos (pouco) em conta a narrativa escrita. Negligenciamos (totalmente) a narração oral.

Através da narração, contamos o que somos: os nossos medos, as nossas esperanças, os nossos desejos, as nossas ilusões e desilusões, e assim descobrimos ou inventamos respostas a questões transcendentais.A necessidade de competências narrativas para:

– Transmitir o conteúdo;

– Organizar o discurso;

– Enriquecer o vocabulário.



A necessidade de nos exprimirmos, de fazermos ouvir a nossa voz, de nos tornarmos visíveis e importantes para os outros, de termos algo para contar. É a nossa maneira de permanecer na memória, de ultrapassar a morte.



A necessidade de escolher, de nos reconhecermos nas histórias, nas preocupações antigas dos seres humanos, de fazermos parte de uma comunidade, unidos por uma tradição cultural, entendida não como algo imutável, ancorado no passado, mas como algo que faz parte de nós, da nossa identidade e que muda à medida que a sociedade muda.



2. AS GRANDES QUESTÕES?

2.1. As três primeiras: Quem? O quê? A quem?



Quem? A pessoa que narra.

O corpo e a voz.

Os gestos que acompanham a narração;

A criação de atmosferas, de nuances;

A expansão do conteúdo. A focalização.

Pausas e silêncios.

A memória. O encerramento da memória

A memória é a nossa forma de preservar as histórias. Na sua própria transmissão, o que é retido, o que é esquecido e o que cada pessoa traz para a história desempenham um papel muito importante.

Precisamos de ter uma estrutura clara e estável da história para podermos acrescentar os nossos próprios toques, o nosso estilo, aquilo que somos enquanto contadores e contadoras de histórias.

O imaginário.

O que o narrador ou a narradora traz para a história. Como é que ele ou ela imagina as personagens, os espaços, em que tempo.

O que a história remete para o narrador ou narradora. Outras histórias, memórias, anedotas, pessoas, lugares, tempos…



O que é que se passa? A história.

Critérios de escolha:

O conteúdo. O tema. A importância.

A emoção.

A procura da relação de cada pessoa com a história a ser contada.

Os pontos de identificação de quem escolhe e de quem recebe.

Onde é que encontramos as histórias para contar?

Nos acontecimentos da nossa própria vida.

Nas histórias que nos contam. Nos livros.

Na rede.



Para quem? O público.

A consciência da recepção.

As pontes que construímos.

Os diferentes tipos de jogos: onomatopeias, sons, repetições, participação…



2.2. As três perguntas seguintes: Porquê? Como? Onde?

A necessidade de contar. A necessidade de narrar a vida. O que não contamos acaba por desaparecer, porque não é guardado na memória.

Com as histórias, exercemos uma espécie de justiça poética. Damos destaque a quem normalmente não o tem.

Com as histórias, transmitimos valores que ajudam a convivência e a sociabilidade.?

Usamos a ficção para reflectir a realidade e transmitir mensagens sem o óbvio e o imperativo, através da fantasia, das metáforas e dos símbolos.

Através da expressão oral, damos forma às estruturas linguísticas:

A aquisição de vocabulário. Se não soubermos dar nomes às coisas, não poderemos dizer, não poderemos exprimir-nos através de meros conceitos, sem exprimir o nosso ponto de vista, os nossos sentimentos. É o que acontece quando temos pouco vocabulário, devido à idade, à falta de interesse ou ao desconhecimento da língua, quando aprendemos uma nova língua.

As histórias obrigam-nos a selecionar as palavras certas para transmitir apenas a mensagem que nos interessa e, além disso, para oferecer intriga e beleza a quem escolhe.

A necessidade de partilhar. A narração oral partilha a ficção com outras pessoas, pessoas a quem se presta atenção, destinatários directos da mensagem, que podem intervir e que fazem parte da atividade.

A necessidade de acompanhar e de se sentir acompanhado.

A necessidade de ficção para se aproximar da realidade, para se sentir protegido.

A necessidade de imaginação, de criação de imagens. A necessidade de brincar.

A necessidade de escolher (abdicar da palavra) e de ser escolhido.

A necessidade de recordar para existir e para ser recordado.

A procura das palavras certas, da ordem certa, da forma certa de contar a nossa história.



NARRAÇÃO ORAL | OFICINA

Contar Histórias no século XXI

PAULA CARBALLEIRA

26 a 28 de Outubro de 2025

domingo, 15h00 – 19h15

segunda e terça-feira, 17h30 – 21h45

> Biblioteca Municipal de Coimbra

> M/16 > 12 horas > 30€

co-org. Biblioteca Municipal de Coimbra



no âmbito da Mostra Galiza Coimbra 2025

co-org. Cena Lusófona



FICHA DE INSCRIÇÃO



Informações e reservas:

239 718 238 / 966 302 488 / marianabanaco@aescoladanoite.pt

Bilheteira online



PAULA CARBALLEIRA

É licenciada em Filologia Hispânica pela Universidade de Santiago de Compostela e pós-graduada em Teatro pela mesma universidade. Foi candidata ao Prémio Memorial Astrid Lindgren por dois anos consecutivos e tem uma vasta produção literária em teatro, narrativa, poesia e ensaio. Muitos dos seus livros foram premiados e traduzidos em diferentes línguas. Como dramaturga, recebeu o Prémio Nacional de Literatura Dramática em 2023 concedido pelo Ministério da Cultura do Governo de Espanha, o Prémio Follas Novas do Livro Galego na categoria de Teatro no mesmo ano, o Prémio “Laudamuco” de Textos Teatrais em 2022, o Prémio Manuel María de Literatura Dramática Infantil em 2006, 2011 e 2018, a Menção do Prémio Manuel María de Literatura Dramática Infantil em 2011 e 2018 e a Menção do Prémio Manuel María de Literatura Dramática Infantil em 2011 e 2018, 2011 e 2018, a Menção do Júri no III Premio de Teatro Radiofónico do Diario Cultural da Radio Galega, foi finalista do Premio ASSITEJ de Textos de Teatro e dos Prémios “María Casares” do Teatro Galego nas categorias de Texto Original (2007) e Adaptação de Texto Dramático (2016). Também ganhou o Prémio Follas Novas do Livro Galego 2023 na secção de Literatura Infantil, o Prémio Frei Martín Sarmiento na secção de Literatura Infantil em 2014 e os Prémios “Lecturas” de Literatura Infantil em 2001 e 2002. Contadora de histórias profissional desde 1994, foi convidada para os principais festivais de contos nacionais e internacionais. Como atriz, integra a companhia de teatro Berrobambán desde 1996 e participou em várias séries e programas da televisão galega.



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