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Dói-me o corpo de jazer nessa esperança

06 Nov
-
23 Nov
Oficina Municipal do Teatro
Teatro

O novo espetáculo cocriado pelas companhias Teatrão e teatromosca, intitulado “Dói-me o corpo de jazer nessa esperança”, estreia a 6 de novembro, na Oficina Municipal do Teatro, onde permanecerá até 23 de novembro. A peça, um texto de Jorge Palinhos com encenação de Marco António Rodrigues, é inspirada em Eurípedes e é a primeira criada em conjunto pelas duas companhias.


Pensada a partir de “As Troianas” e “Hécuba”, de Eurípedes, a peça está voltada para a angústia sentida hoje por cada indivíduo diante de tragédias que assolam a humanidade, levando a atualidade às questões abordadas pelo autor grego há dois mil e quinhentos anos. Segundo o encenador Marco António Rodrigues, a obra procura “perceber a atualidade da questão de Eurípedes”, que era um pacifista que se posicionou contra a ideia da constituição do Estado grego na forma em que estava a dar-se, através da colonização.


A peça evoca a ideia de que a tragédia “não é um fardo ou destino”, apontando para a possibilidade “do indivíduo ‘reexistir’, reconstituir algum outro mundo, ter algo que não há hoje: a utopia”. O responsável salienta, ainda, a inspiração em histórias da contemporaneidade, incluindo algumas palestinianas e indígenas brasileiras, que não estarão presentes na peça, mas fazem parte do substrato por detrás da criação, e a da ativista e antiga presidente camarária de uma província afegã, Zarifa Ghafari, essa sim representada no espetáculo.


“Dói-me o corpo de jazer nessa esperança” estreia na Oficina Municipal do Teatro e permanece em cartaz até 23 de novembro, partindo posteriormente para o palco do auditório Municipal António Silva, em Agualva-Cacém, de 27 de novembro a 6 de dezembro. O espetáculo de cerca de 90 minutos conta com sessões com interpretação em Língua Gestual Portuguesa (LGP), nos dias 13 e 21 de novembro, e com audiodescrição, a 19 e 23.


Além da nova criação, foi desenhado um conjunto de atividades paralelas à volta da temática do espetáculo. No passado dia 31 de outubro, a Oficina Municipal do Teatro acolheu a conversa “Neoliberalismo, e agora?”, com o convidado João Rodrigues, professor auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais, com moderação de André Barata, filósofo de formação e professor na Universidade da Beira Interior.


Dia 13 de novembro, na Casa das Artes Bissaya Barreto, vai ser apresentada a banda sonora original do espetáculo e, no dia seguinte, está prevista a sessão de cinema de “O Quadrado”, de Ruben Östlund.