Renascimentos
O dia da abertura solene das aulas na Universidade de Coimbra (UC) simboliza, anualmente, o renascer da Academia e vem sendo assinalado, há vários anos, com um concerto sinfónico pela Orquestra Académica da UC (OAUC).
Para o concerto deste ano, a OAUC propõe um repertório que reflete esta renovação e ressurgimento, o renascer que renova a cada ano ou a cada geração. Com a colaboração do Orfeon Académico de Coimbra e do Coro Misto da Universidade de Coimbra, a Orquestra renascerá um tríptico coral sinfónico que o compositor Joly Braga Santos escreveu em 1954, sobre textos de A Mensagem, de Fernando Pessoa e que permanece inédito até aos dias de hoje.
No ano da celebração do centenário de Braga Santos, apresentam a estreia absoluta deste tríptico. Francisco de Lacerda foi um compositor que faleceu há 90 anos e dele, com a colaboração do baixo Nuno Mendes, estreiam a canção Les Morts. Escrita em setembro de 1902, esta pequena obra é, tanto quanto sabemos, o mais antigo exemplo do género Lied com acompanhamento de orquestra escrito por um compositor português e, incompreensivelmente, ficou esquecida durante mais de 120 anos. Rapsódia dos Rios, da compositora Anne Victorino dAlmeida, é uma obra inspirada nesses elementos da Natureza que existem num estado permanente de renascimento: os rios, mais concretamente o Rio Tejo e o Rio Magdalena na Colômbia. Trata-se de uma obra composta no âmbito do projeto B-me: blending melodies, bridging cultural identities, uma parceria do Sistema Chipre, Associação das Orquestras Sinfónicas Juvenis Sistema Portugal e Sistema Grécia, e foi cofinanciada pela União Europeia.
O programa inclui ainda a 1ª Suíte Alentejana, uma das obras mais populares de Luis de Freitas Branco, compositor e pedagogo de enorme influência entre o final do séc. XIX e meados do Séc. XX, que fez a ligação, estética, geracional e pessoal, entre Francisco de Lacerda e Joly Braga Santos.
— Orquestra Académica da Universidade de Coimbra
A Orquestra Académica da Universidade de Coimbra (OAUC) foi fundada em 2016, entre a Tuna Académica da Universidade de Coimbra (TAUC) e a Universidade de Coimbra (UC). Torna possível a estudantes, antigos estudantes, colaboradores e futuros estudantes da UC, e de outras instituições de ensino superior de Coimbra, terem um espaço de execução de música sinfónica amadora. Tem ainda como objetivo a difusão da imagem da própria Universidade de Coimbra.