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O Fantasma da Liberdade

Público:
Todos os públicos
Preço:
Entrada Livre
O FANTASMA DA LIBERDADE é o título de Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra 2024, com curadoria de Ángel Calvo Ulloa e Marta Mestre.
Nesta edição da Bienal, propõe-se explorar o imaginário da liberdade e as estratégias oferecidas pela arte contemporânea para o disputar, deslocar e habitar. O título tem um sentido ambíguo e aberto. Se, por um lado, induz à ideia de que a liberdade é um fantasma, uma espécie de presença inescapável e espectral, por outro lado aponta para um processo que falhou, a descrença numa verdade que se julgava assegurada. Vinca mais uma promessa do que uma existência real. Se o alimento da liberdade (e da arte) é a sua própria incerteza evanescente, que significa a criação de uma realidade caracterizada pela impossibilidade da sua realização?
Partindo das formulações de vários artistas, esta Bienal reage a um mundo que sentimos em turbulenta transformação. De entre várias outras, existe uma mudança na nossa experiência da história. Parece-nos esgotada a ideia de que o passado ilumina o presente e o futuro. Na verdade, hoje o futuro está cada vez menos aberto, sem o otimismo do verso «Esta é a madrugada que eu esperava», de Sophia de Mello Breyner. Esta perda de sentido histórico é hoje acentuada pelos processos de individuação da sociedade de consumo, que se traduz na alienação e na dificuldade de sermos coletivo. Sem dúvida, a história não pertence a todos. Mas talvez esse esvaziamento, hoje sentido, acarrete também uma nova experiência da história. Parafraseando o filósofo brasileiro Paulo Arantes, vivemos um «novo tempo do mundo».
Estabelecendo-se como um evento crítico, O FANTASMA DA LIBERDADE é uma bienal que procura remexer na ideia histórica de celebração como algo inescapável, omnipresente e universal. Sentimos que a retoma do próprio ideário revolucionário é, em si mesma, uma consequência do paradigma da crise permanente. Neste sentido, mais do que gerar algum tipo de acordo a respeito de factos históricos indiscutíveis, interessa pensar em sentidos desviantes aos modelos impostos.
Procurando acionar um certo tipo de delírio, esta Bienal não nega a ideia de celebração, antes se desvia para uma abordagem trans-histórica que não é construída em torno de sistemas de herança direta ou rupturas, mas em torno de formas de empatia e solidariedade. Reivindicamos, por isso, uma proximidade poética a outras efemérides e contextos, como o centenário do Manifesto Surrealista (1924), de André Breton.
Ao evocarmos o centenário do Manifesto Surrealista, não é para as escolásticas de um movimento histórico de vanguarda que olhamos, mas, antes, para os princípios revolucionários da liberdade, do amor e da poesia. Dentro do princípio da absoluta liberdade, e contestando toda a submissão do pensamento e da arte a imperativos políticos, não se acomodando (antes se opondo) ao poder e à história, o surrealismo é um guardião do enigma. Defensor do inapreensível, da flutuação e do enigma irredutível ao algoritmo generativo.
Nesse sentido, o método paranóico-crítico, o exercício surrealista de encadeamento espontâneo e irracional, serve de base ao trabalho curatorial desta Bienal, especialmente na estratégia de «deslocar». A estrutura da bienal foi pensada como um conjunto de capítulos habilmente descosidos, espalhados por vários espaços da cidade:
Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, CAPC sede, CAPC sereia, Jardim Botânico, Colégio das Artes, Sala da Cidade, Pátio das Escolas, Coimbra B

De 6 de abril a 30 de junho de 2024
Mosteiro de Santa Clara-a-Nova
Calçada Santa Isabel, 3040-270 Coimbra
Horário: qua–dom, 11h–19h
Aberto nos feriados de 25 de abril, 1 de maio, 30 de maio e 10 de junho.

Círculo de Artes Plásticas de Coimbra - Círculo Sede
R. Castro Matoso 18, 3000-104 Coimbra
Horário: qua–dom, 10h-13h|14h-18h
Aberto nos feriados de 25 de abril, 1 de maio, 30 de maio e 10 de junho. Encerrado a 26 de maio (Cortejo Queima das Fitas).

Jardim Botânico
CC Martim de Freitas, 3000-456 Coimbra
Horário: seg–dom, 09h–20h. Aberto nos feriados. Encerrado a 26 de maio (Cortejo Queima das Fitas).

Sala da Cidade
R. Olímpio Nicolau Rui Fernandes 54, 3000-274 Coimbra
Horário: ter–sáb, 13h–18h. Encerrado nos feriados.

Colégio das Artes
Edifício Central (Polo I),

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra,
Praça Dom Dinis 3000-143 Coimbra
Horário: seg–sex, 10h–12h30|14-18h. Encerrado nos feriados.

Pátio das Escolas
R. do Norte 37, 3000-295 Coimbra
Horário: seg–dom, 09h–19h. Abre nos feriados.

Estação ferroviária de Coimbra B
Rua do Padrão - Eiras 3025-045 Coimbra
Horário: todos os dias, às 16h50

Organização: Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra e Universidade de Coimbra