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Ressonâncias — Entre o silêncio e o eco das experiências individuais em saúde mental

Ressonâncias é um projeto curatorial pensado para desencadear conversas sobre o poder do ato de contar e de escutar histórias, o uso dos media e das artes na investigação e na promoção da saúde mental. Apresentado ao público na semana em que se assinala o Dia Internacional da Saúde Mental (10 de outubro), este ciclo foca-se em obras artísticas e performativas desenvolvidas em diversas linguagens – performance, documentário em vídeo, instalação sonora, fotografia – e em diferentes âmbitos – artístico, pedagógico e de investigação –, todas partindo da narração de experiências vividas na primeira pessoa. Cada uma destas perspetivas permite desconstruir, reconstruir e transformar significados, ensaiando novos entendimentos que oferecem alternativas à visão hegemónica dos modelos médicos ou do senso comum, promovendo, assim, o bem-estar de forma mais inclusiva.


Em paralelo, o ciclo aborda as complexas interseções entre saúde mental, géneros e sexualidades, reconhecendo que estas dimensões têm um impacto significativo na forma como as vivências pessoais são experienciadas. Entre outros aspetos, as obras apresentadas exploram formas como as narrativas pessoais podem romper com normas, desafiar estigmas e promover novos modos de ver e (con)viver.


Partindo do conceito de ressonância como capacidade de sintonizar emocionalmente com outra pessoa, criando uma relação empática e profunda, assim como no seu sentido de eco, reflexo ou repercussão, esta iniciativa explora a criação de empatia e conexão emocional como ferramentas essenciais para a promoção do conhecimento, proporcionando novas formas de compreensão e inclusão.


Como um todo, Ressonâncias sublinha a importância de metodologias baseadas em artes e a partir do uso dos media como vias de construção de conhecimento emancipatório, capazes de criar empatia e confiança entre diferentes grupos e públicos, enquanto se afirmam como formas cruciais de comunicação de ciência.


Assim, a apresentação destas obras, acompanhada de momentos de diálogo e aprendizagem mútua com os públicos, explora o potencial transformador das narrativas pessoais, a intersecção com a pop culture e com múltiplas abordagens artísticas e de media a questões de saúde mental, géneros e sexualidades.


Aviso de conteúdo: As diferentes obras apresentadas no âmbito deste ciclo contêm conteúdo sensível (visual e verbal) que pode ser considerado emocionalmente desafiante ou ativador de traumas para algumas pessoas. Tal inclui violência, abuso físico, sexual, emocional e verbal, bem como referências explícitas a violação e suicídio.


Recomendamos que considere seu próprio bem-estar emocional ao decidir participar. Sinta-se à vontade para se retirar a qualquer momento. Estaremos disponíveis para conversar após as apresentações, caso alguém queira discutir suas experiências ou sentimentos relacionados ao tema.


 


Rita Alcaire (ela) é uma antropóloga, documentarista e comunicadora de ciência que navega com facilidade entre o trabalho de terreno, a câmara e o texto académico. É responsável por ENGAGE, um projeto de pós-doutoramento que conjuga a comunicação de ciência social com transmedia storytelling para (re)pensar a forma como comunicamos o conhecimento em estudos de género e sexualidades.


Investigadora em pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais e investigadora colaboradora do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra, é doutorada em Direitos Humanos e mestre em Psiquiatria Cultural. Acumula mais de duas décadas de experiência a explorar as interseções entre género e sexualidades, saúde mental e pop culture recorrendo frequentemente a pesquisa baseada em artes e a metodologias audiovisuais – documentário, uso de áudio, teatro, diários digitais – sempre com o objetivo de expandir as fronteiras entre a academia e a prática.


Atualmente, integra o projeto UnCoveR (2023-2026) que investiga a representação da violência sexual nos media portugueses entre 2011-2022. Integrou a equipa de projetos europeus (KINDER, CILIA LGBTQI+, ReMO) e nacionais (MyGender, Equal.STEAM).


Corealizou documentários como o premiado Filhos do Tédio (2006), Para-Suicídio Pop (2008), Das 9 às 5 (2011) ou Um Quarto no Éter (2011). Dedica-se também à formação de pessoas investigadoras em início de carreira tanto sobre saúde mental na academia como a aperfeiçoar as suas competências de comunicação de ciência.


Feminista convicta e pensadora queer, já publicou sobre temas que vão desde moda e sustentabilidade, metodologias visuais e participativas ou as representações da sexualidade nos audiovisuais. No seu dia a dia poderá também encontrá-la em experimentações gastronómicas, a improvisar na bateria ou a relaxar na companhia suas adoradas (e adoráveis) gatas.



Estás a Ouvir-me? (2021) — instalação sonora

De Sílvio Correia Santos

7 outubro a 7 novembro

Sala verde / entrada livre

M18


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Sessão de cinema seguida de conversa

7 outubro 21h30


Mentes que sentem (PT)

De Ricardo Pinto Reis e Dânia Viana (45 min.)


A minha raiva é underground (PT)

De Francisca Antunes (13 min.)


Esta sessão de cinema e conversa realizam-se no âmbito do programa cultural da Escola Media e Violência Sexual, no âmbito do projeto UnCoveR. Sexual Violence in Portuguese Mediascapes 


TAGV / entrada gratuita

M18



Sala de Espera — exposição fotográfica com a metodologia foto-voz

De Paula Dürks Cassol

7 outubro — 7 novembro

Inauguração — 8 outubro 18h00 com a presença da investigadora Paula Dürks Cassol


Sala verde / entrada livre

M18



Performance palestra “Palavras que me servem”

Texto e interpretação de Laura Falésia e André Tecedeiro

9 outubro — 18h30


Esta palestra/performance realiza-se no âmbito do programa cultural da Escola Media e Violência Sexual, no âmbito do projeto UnCoveR. Sexual Violence in Portuguese Mediascapes


Sala B

duração aprox. 1h30 

entrada gratuita mediante inscrição teatro@tagv.uc.pt (lotação limitada)

M18



Para-Suicídio Pop (video, 2008) — Sessão de vídeo comentado

Realização Rita Alcaire, Isabel Gil, Paula Carriço , Marta Roque

Comentário Rita Alcaire

10 outubro — 18h30


Sala verde

duração aprox. 23 min.

entrada gratuita mediante inscrição teatro@tagv.uc.pt (lotação limitada)

M18