Lançamento Coreia#13 + Performance de Inés Sybille Vooduness

Acolhemos mais uma vez o lançamento do Jornal Coreia. O número #13 é seguido da performance de Inés Sybille Vooduness, artista catalã de descendência haitiana, que imagina possíveis encontros com divindades do vodu haitiano, procurando reterritorializar a estratégia sincrética de sobrevivência desta religião.
No Coreia #13, um conjunto de contribuições explora modos diversos de pensar e experienciar o corpo, o gesto e o mundo. Traduziu-se o manifesto do Pavilhão da Palestina, pelo coletivo Learning Palestine em 2024, sublinhando o papel da arte no contexto geopolítico atual. Alice Chauchat apresenta uma série de partituras coreográficas que refletem sobre como a dança pode transmitir uma ética da relação, questão que também se desdobra num texto de 2003 de Paula Massano. David Marques & Teresa Silva interrogam sobre as especificidades dos processos e do labor na dança, enquanto Gustavo Ciríaco questiona a relação entre mestria e mistério no fazer artístico. Lucía Russo & Marcela Levi, em conversa com Laura Salerno, mapeiam relações, corpos e espaços, procurando tornar sensível o invisível. Inés Sybille Vooduness cruza identidade e memória numa viagem ancestral sincrética; Izabelle Louise leva-nos pela reconstrução do manto Tupinambá e uma reflexão acerca da importância da arte indígena; Kátia Manjate articula corporeidade e território no contexto de Maputo e Katherine Dunham pensa a dança como contributo para a coesão social.
O ensaio visual é de Pedro Barateiro, que desafia as noções de identidade e portugalidade; e Simon Asencio coloca em diálogo rumores, palavras e voz, num texto para ser sussurrado ao ouvido.
Santa de substrato autónomo de Inés Sybille Vooduness
Inspirada em cenas da vida da mártir Santa Inês, Vooduness parte ao encontro de Erzulie, loa do amor, da beleza e da maternidade, e dos seus rostos multifacetados. Poderá Erzulie ser mapa e espelho, apesar das impossibilidades do corpo diaspórico e das lógicas do colorismo? A partir de uma dramaturgia impactada por estímulos da linguagem da internet, do atrito entre Santa Inês e Erzulie e da insistência em passos característicos do Kuduro angolano, Vooduness mergulha num estado onde é possível iniciar uma conversa espiritual.
Mais informações: mediacao.linhadefuga@gmail.com
Programação integrada no Festival Linha de Fuga — Festival e Laboratório Internacional de Artes Performativas. De 6 a 29 de novembro de 2025, Linha de Fuga apresenta uma programação de espetáculos, performances, conversas e workshops que propõe explorar a Performatividade da Amizade como forma de resistência e construção de coletivo.