O Quarto ao Lado

Ingrid (Julianne Moore) é uma escritora de sucesso, que se tornou famosa pelo seu medo da morte. Quando descobre que a sua amiga de longa data, Martha (Tilda Swinton), antiga correspondente de guerra, está doente, decide visitá-la. A fragilidade da vida de Martha cria um elo terno de amizade e cumplicidade entre as duas mulheres, num filme que é um verdadeiro festim para os olhos e que celebra a magia da vida enquanto temos o privilégio de a viver. Primeiro filme de Almodóvar em língua inglesa, foi o grande vencedor do Festival de Veneza deste ano, arrecadando o Leão de Ouro.

Pedro Almodóvar (Espanha, 1949), o mais aclamado cineasta espanhol depois de Buñuel. Em 1968, Almodóvar, com apenas 17 anos, mudou-se para Madrid com o desejo de frequentar a Escola Nacional de Cinema, entretanto encerrada pela ditadura de Franco. Sem outras opções, o jovem realizador comprou uma Super-8 e começou a fazer as suas próprias curtas-metragens entre 1972 e 1978. Além de dar os primeiros passos no cinema, escreveu e atuou no mítico grupo de teatro independente Los Goliardos, colaborou em várias revistas underground, escreveu contos e fez parte de um grupo paródico de punk-rock, Almodóvar e McNamara. Os seus primeiros sucessos no mundo da arte coincidiram com a explosão da Madrid democrática no período lendário que ficou conhecido como La Movida. Em 1987, fundou a produtora cinematográfica El Deseo, juntamente com o irmão, Agustín Almodóvar. Realizador, argumentista e produtor, é autor de uma vasta e singular filmografia, da qual se destacam Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos (1988), Má Educação (2004), A Pele Onde Eu Vivo (2011), Dor e Glória (2019), Mães Paralelas (2021) e, mais recentemente, The Room Next Door (2024), vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza. Almodóvar é um dos realizadores contemporâneos mais premiado, tendo recebido os principais prémios da indústria cinematográfica dois Óscares com os filmes Tudo Sobre a Minha Mãe (1999) e Fala com Ela (2002), dois Globos de Ouro, um Leão de Ouro, dois prémios no Festival de Cannes e seis Goya. Foi ainda agraciado com o doutoramento honoris causa pelas universidades de Castilla la Mancha (1999), Harvard (2009) e Oxford (2016).